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Carnaval

Centenário do samba é comemorado com show

São 100 anos de samba, 70 anos de Aldir Blanc e 20 anos de carreira fonográfica de Dorina. Junte tudo isso e você terá a receita do show “Sambas de ALDIR e Ouvir com Dorina”, que a cantora vai apresentar, com toda a pompa e circunstância, no Teatro Ziembinski, na Tijuca, nos dias 16 e 17 de junho, quinta-feira e sexta, às 20h. Convidado especial Gabriel Cavalcante, o Gabriel da Muda no dia 17.

Para homenagear Aldir Blanc, um dos maiores letristas da nossa música, a produção está impecável. Chiquérrima – em meio a um cenário sofisticado, com direito a luminárias da artista plástica Renata Sussekind –, Dorina subirá ao palco para surpreender. Com um repertório diferente do que costuma cantar nas rodas de samba que frequenta, vai mostrar todo o seu talento de intérprete apresentando um outro lado do samba.
Aval para essa ousadia ela tem do próprio Aldir desde que ele assinou a contracapa do CD “Brasileirice”, lançado em 2010: “É uma grande intérprete de samba, original, sem imitar ninguém, personalíssima. Também prima pelo amor ao repertório selecionado com o respeito e a competência de quem realmente conhece seu campo de trabalho. Não é bico querendo fingir pertencer à Velha Guarda. Dorina é do Bem, talentosa, e, tão importante quanto isso, é verdadeira, uma raridade em nossos dias.”
E Dorina é mesmo personalíssima. Escolheu algumas obras menos conhecidas do amigo de longa data, como “Imperial”, “Navalha” e “Altos e baixos”. Mas é claro que também vai cantar sambas famosos como “Saudades da Guanabara, parceria de Aldir com Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro; e alguns da dupla João Bosco e Aldir Blanc: “O mestre-sala dos mares”, “Coisa feita”, “Plataforma” e “O bêbado e a equilibrista”, o maior sucesso deles, considerado o “Hino das Diretas”, cantado durante as manifestações de 1984 pela volta das eleições diretas. E ainda tem uma obra inédita de Aldir, Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila: “Saindo à francesa”.
No repertório do show – dividido em blocos falando de política, mulheres e amigos sambistas –, há também sambas que mexem com um outro lado da vida de Aldir Blanc: a psiquiatria. Pouca gente sabe, mas o letrista estudou Medicina, formou-se psiquiatra e fala sobre isso em canções como “A louca”, dele e Maurício Tapajós: “… Dizem que eu sou, que eu sou uma louca desvairada / Eu fico louca se me chamam de louca / Pouca gente entende essa verdade: / Onde quer que impere a maldade / Loucura pouca é bobagem…”
Intérprete intensa, Dorina vai mostrar esse lado mais intimista do samba. Afinal, nada é só alegria como dizem os versos de Aldir em “Flores em vida para Nelson Sargento”, parceria com Moacyr Luz: “… Essa é a grandeza que o samba nos legou: em cada tristeza, erguer nosso copo ao humor…”. Se “toda dor desse mundo enfeita nossa fantasia”, não foi à toa que a intérprete resolveu abrir o espetáculo com “Cravo e ferradura” (Clarice Grova, Cristóvão Bastos e Aldir Blanc) que diz: “… Samba, samba, samba, pulsas em tudo que existe, vazas se meu sangue escorre, nasces de tudo o que morre… ”
Com oito CDs e um DVD no currículo que inclui, ainda, Prêmio Sharp como Melhor Cantora de Samba, Dorina vai se apresentar no Ziembinski com Paulão Sete Cordas assinando a direção musical, Ramon Araújo (violão) e Rodrigo Reis (percussão). Também terá convidados especiais como Gabriel Cavalcante, o Gabriel da Muda. A direção artística é de Edio Nunes.

Serviço:
“Sambas de Aldir e ouvir com Dorina”
Local: Teatro Ziembinski
Endereço: Av. Heitor Beltrão s/nº – Tel.: 3234-2003
Dias: 16 e 17 de junho (quinta e sexta-feiras)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Faixa etária: acima de 16 anos
Capacidade: 130 lugares
Horário da bilheteria: terça a domingo de 14h às 22h
Duração: 1h20min

Ficha técnica:
Direção artística: Edio Nunes
Direção musical e arranjos: Paulão Sete Cordas
Iluminação: Binho Schaefer
Direção de produção: Dorina e Rosane Cartier
Produção Executiva: Rosane Cartier

Bastidores do Carnaval viram peça de teatro

Além dos desfiles das escolas de samba, o carnaval também é destaque no teatro. Homenagem ao samba e aos carismáticos personagens do Carnaval carioca, ‘Entregue seu coração no recuo da bateria’ estreia, dia 16 de junho, na Praça 11
Com direção de Joana Lebreiro, espetáculo narra a história de um casal de mestre-sala e porta-bandeira, vivido pelos atores Pedro Monteiro e Gabriela Estevão, que repensa a relação momentos antes de entrar na Marquês de Sapucaí.
É Carnaval no Rio. O mestre-sala Claudinho já está na concentração da escola de samba, à espera de mais um glorioso desfile na Marquês de Sapucaí, ao lado da sua mulher, a porta-bandeira Ceci. Mas, cansada do jeito mulherengo do marido, ela decide terminar o casamento – e se recusa a entrar na avenida. Assim começa o espetáculo Entregue seu coração no recuo da bateria, que estreia, dia 16 de junho, justamente onde se passa a história: na Praça 11, ao lado Sambódromo. Com direção de Joana Lebreiro e elenco que reúne os atores Pedro Monteiro, Gabriela Estevão e Jorge Luiz Jeronymo, a peça começa na rua e segue para o palco do Teatro Gonzaguinha, onde faz uma homenagem à Sapucaí, às grandes histórias de amor e à força feminina. A produção tem patrocínio do Ministério da Cultura, Secretaria Municipal de Cultura e Halliburton.
Com texto de Pedro Monteiro, idealizador do projeto, e Marcus Galiña, o espetáculo resgata a trajetória do relacionamento entre Ceci e Claudinho, traçando um paralelo com os quesitos de avaliação de um desfile de escola de samba. Em sua terceira parceria com Pedro, Joana Lebreiro avalia que a peça toca no tema da memória, objeto de estudo da diretora em cena e em sala de aula. “O personagem do Jeronymo, o Dionísio, carrega com ele a história do samba”, observa Joana. Quem vive Dionísio é o ator e radialista Jorge Luiz Jeronymo, que interpreta um diretor de harmonia no espetáculo, e na vida é a voz oficial dos ensaios da Mangueira há uma década. A atriz Gabriela Estevão também faz parte do universo do samba carioca. Este ano, ela foi eleita musa do Carnaval de rua pelo jornal O Globo pela atuação como porta-bandeira do bloco Meu Bem, Volto Já.

Serviço
Entregue seu coração no recuo da bateria
Teatro Gonzaguinha: Rua Benedito Hipólito, 125, Centro.
Telefone: 2224-3038.
Dias e horários: 4ª a 6ª, às 19h30, e sáb., às 19h.
Preço: R$ 30
Lotação do teatro: 130 lugares
Duração: 1h15.
Classificação indicativa: 10 anos
Funcionamento da bilheteria: em dias de espetáculo, das 16h até meia-hora depois do início da peça.
Temporada: 16 de junho a 9 de julho

Novidades na Imperatriz para o Carnaval 2017

Após a escolha do enredo “Xingu – o clamor que vem da Floresta” para o Carnaval 2017, a Imperatriz Leopoldinense anunciou um novo reforço. Arthur Maia, que já fazia parte do carro de som da escola, será o o intérprete principal, segundo do site Carnavalesco.

A confirmação do novo cantor foi feita pelo diretor de carnaval da agremiação, Wagner Araújo, que já tinha revelado a intenção da escola em apostar em um novo intérprete.

Bohêmios da Cinelândia lança enredo de Carnaval 2017

A Bohêmios da Cinelândia lançou seu enredo para o Carnaval 2017 nesta sexta, 10. “Wilson Moreira: moderno sem perder a tradição, sambista sem deixar de ser jongueiro” é uma homenagem aos 80 anos do cantor da mpb  no centenário do samba. A agremiação faz parte do grupo E.

Lins Imperial divulga sinopse para o carnaval 2017

Após a escolha do tema, a Lins Imperial já definiu a sinopse do enredo em homenagem à Monarca. Veja abaixo na íntegra.

Enredo: “O Monarca do samba”

Esta é uma noite muito especial, de festa. Junto aos bobos da corte, carrego cornetas e pergaminhos para anunciar a visita do Monarca do Samba. Todos nós estamos ansiosos. Conforme apresentamos a sua vinda, brilham os olhos de todos ao redor e se inicia uma grande movimentação em Lins Imperial. Todo o reino é convidado e quer estar presente.

No caminho para o castelo, onde o Imperador e a Imperatriz de Lins darão as boas vindas, já é possível enxergar o plebeu “Crioulinho Sabu” procurando o melhor ângulo para vê-lo. Logo atrás, cheio de guloseimas preparadas para a festa, o “Quitandeiro” burguês. Mais adiante podemos ouvir os cânticos do clero em “Peregrinação”. Os mais eufóricos são os soldados, que, acostumados à rigidez da postura, foram liberados para também celebrarem. Inclusive, já até mandaram avisar que a Guarda Imperial “Vai Vadiar”. Por fim, chegam os nobres, todos muito bem vestidos, e com “Lenço” nas mãos para uma reverência especial.

Eis que é chegada a hora. O Monarca do Samba surge diante de nossos olhos, em lugar de destaque no castelo. E o povo todo acena, manda beijos e aplaude. Ele retribui com toda a fidalguia que lhe é característica. Não poderia ser diferente, já que nasceu em uma terra chamada Cavaleiro (Cavalcante) e foi batizado como o célebre na batalha (Hildemar).

Sob a “Alegria das Flores” que espalham perfume pelo salão, todos nós, bufões, nos juntamos para encenar a vida do nosso ilustre convidado, que não nasceu em berço de ouro, mas foi condecorado com vários títulos de nobreza. Chamado de príncipe, revelou-se discípulo legítimo do fundador de sua nação, um líder sempre em guarda… e até presidente. Um autêntico representante do sangue azul (e branco), aclamado e laureado com troféus e prêmios mundo afora, um baú recheado de tesouros. Tem seus feitos cantados por muitos e sua história destacada em vários reinos coirmãos.

Pena que o sol já está quase raiando e é chegada a hora de encerrar o cortejo. Num ato solene, nossas duas bandeiras se entrelaçam e a águia do brasão de Lins se junta à da Portela para que em verde, rosa, azul e branco, ambos os reinos consigam a tão sonhada e “Retumbante Vitória”. Despedindo-se de todos nós, súditos, emocionados e já cheios de saudade, o Monarca do Samba parte e nos deixa com o “Coração em Desalinho”. Mas, felizes em viver esta noite especial, que tive a honra de trazer em forma de mensagem, temos a certeza de que esta data ficará marcada na história de Lins, que nunca deixou de ser Imperial.

Texto: Tiago Ribeiro

Comissão de Carnaval: Eduardo Minucci, Flávio Mello e Tiago Ribeiro

Mocidade lança sinopse para Carnaval 2017

A Mocidade lançou a sinopse do enredo para o Carnaval 2017.

Enredo: As Mil e Uma Noites de uma ‘Mocidade’ prá lá de Marrakesh

Introdução

Todo conto é um canto de sobrevivência, de resistência, uma história de amor. Um conto pode durar uma hora, um dia ou mil e uma noites. Os fios que tecem uma narrativa encantam ao recontar histórias do coração, de reconciliação – lições que levam da vida. Todo mundo tem uma história para contar, essa é a nossa história.

E todos nós aqui, na solidão desértica da nossa amada Zona Oeste, a olhar as estrelas do céu, tão ávidos e sedentos por ver novamente, no firmamento, a nossa mais querida estrela reluzir, brilhante dentre todas as outras do universo.

O calor que banha de suor o nosso corpo e que aquece nossa região, volta e meia, nos traz à mente imagens que hora nos confundem e, em outros momentos, nos fazem delirar numa overdose de desejos. Loucuras de paixão se misturam com lembranças de bons ventos que um dia sopraram e refrescaram a nossa memória, como em um Saara imaginário que varre, ventando sem fim, tal qual uma oração, o refrão de um samba que me inspira assim..

“Nos meus devaneios,
Quero viajar…
Sou a Mocidade,
Sou Independente,
Vou a qualquer lugar…”

Em devaneios, a caravana parte.

Nela, toda a Mocidade, inebriada de fascínio na imaginação que flui, assim como a brisa que alisa o deserto, na noite que faz sonhar, busca no escuro céu uma guia – sua identidade estelar. Esse vento, que varre as dunas, vem então semear as histórias encantadas que, um dia, foram sopradas no tempo. Desprendidas das areias de tantas terras, se espalharam pelo mundo, se misturando por cá; viajaram aos quatro cantos, num vira e mexe, aqui e acolá, perto e longe, pra lá de Marrakesh, por todo o povo de Alah, como se fosse, a Arábia, um só lugar.

Em um passe de mágica, o dia se faz raiar. Ao refletir sua luz no deserto inclemente, o Sol teima em queimar a nossa cara que, porém, em um facho sorridente, deixa a caravana passar e seguir em frente, pois, para a Mocidade, não existe mais quente.

Seguindo a miragem que nos estampa o olhar, eis que surge um reino mágico – exótico e singular – que nos abre suas portas e nos convida a entrar. O que a princípio espanta os olhos sonhadores que o vislumbram, logo os encantam e os deslumbram quando se estende no horizonte o país, tal qual um tapete mágico para a Mocidade desfilar.

Yalla… Assim se descortina uma grande praça, o teatro de ilusões, o circo do povo, onde os halakis – contadores de histórias e herdeiros de Sherazade, ainda nos encantam, aumentando pontos de conhecidos contos que nos hipnotizam como serpentes ao som das flautas de seus encantadores. Os contos roubados se tornam possíveis diante do caleidoscópio que se forma por sua cultura plural e misteriosa, impregnada de tradições e heranças do passado, de povos que por ali pisaram, deixando marcas no seu viver.

Entre palácios, medinas e labirintos de mascates, a herança fenícia da arte de negociar se encontra nos saberes e sabores dos temperos coloridos que exalam, de suas tajines e do refrescante chá de hortelã, aromas de tantas influências de outros reinos que se fundem por cá, que reluzem nos adornos e nas lanternas, nas taças e nas bandejas que imitam o ouro, e nas joias que enfeitam os véus de suas mulheres, cobertas de respeito e mistérios. Tudo isso se entrelaça a uma trama que tece belos tapetes: linhas que refazem caminhos, histórias sem fim, como se, no esfregar da lâmpada dos desejos, a nossa genialidade nos fizesse voar pela mágica de Aladim.

A cada portal das cidades que transpomos é como se fôssemos guardiões da palavra-chave, um abre-te sésamo, abra-te mente, abra-te Marrocos em seu mundo de possibilidades, revelando a riqueza cultural do seu povo, o seu mais valioso tesouro. Tesouro este, feito, não somente de ricos adornos, mas também de preciosos segredos de sua gente, receitas de bem viver e de valores que muitas vezes desprezamos; lições para se aprender: no meio do deserto, um pote de água, mais do que um de ouro, pode valer.

Devemos ser firmes como o camelo e guardar forças para seguir em frente ao atravessar os Saaras da vida. Entender o sol, o mesmo que arde e queima, e ser a fonte de energia que acende o progresso, ser o vento que sopra a tempestade e a força que move o futuro. De suas areias, aparentemente estéreis, faz brotar riquezas das entranhas da terra que enriquecem este reino encantado que desperta em nós a esperteza de Ali Babá ao preservar um tesouro em suas profundezas.

Segue a caravana, em sua mágica aventura, a conduzir nossos sonhos onde o azul do límpido céu, na imensa tenda de seus berberes, encontra com o plácido anil do Atlântico, cada vaga devolve conchas à praia, um colar de contos de areia e mar. Cantos que nos seduzem, encantos de sereias como as tantas aventuras de Simbad ou de outros tantos marujos
que ousaram velejar.

E nesse vai e vem, ondas de histórias, segredos guardados no mar, de mil e uma ilhas, terras e mitos que ouvimos contar. Mitos de batalhas e glórias, de perdas inglórias, de cheganças e partidas, como fora El Jadida, um dia Mazagão perdida, pela qual lutou o jovem Rei Sebastião, com espada e sangue sobre as areias e as pedras do cais, que se cobrira de mistério ao desaparecer, nas brumas do infinito oceano, para não ser visto jamais.

Entre tantos contos e encantos, tantas histórias ouvidas nessa odisseia onírica que nos leva em labirintos fantásticos, nos mostra agora os jardins do saber, Rhiads do conhecimento um dia semeado pelas mãos de uma mulher que, por trás das muralhas, estão protegidos pela fé e bênção de Alah. Residem até hoje ensinamentos, descobertas e invenções para a humanidade nas escrituras milenares, dos estudos da Terra aos mistérios dos astros; dos cálculos da matemática à alquimia; sortilégios, segredos escondidos no templo da sabedoria; magos da cura e da cirurgia; palavras
que voam dos livros ao mundo e que soam familiares aos nossos ouvidos.

E assim, como as areias da ampulheta que nos alertam sobre o tempo, é chegada a hora do devaneio se dissipar desse sonho e, enfim, despertar em nossa bagagem, na mente, histórias para se lembrar… Tantas imagens, tantas miragens e tantos outros pontos aos contos acrescentar. O exótico se faz agora um velho conhecido – afinidades e semelhanças se abraçam, diversidades e diferenças se respeitam sob a linguagem universal da música na apoteose dessa aventura como um oásis de felicidade.

Viajar é muito mais que encontrar um destino, viajar realmente é reencontrar novos mundos. Fizemos do Saara uma passarela, e no reino do Marrocos, o nosso conto transformou minutos em mil e uma noites de alegria e prosperidade, ao vestirmos a fantasia, tecemos um tapete mágico onde desfilaram os sonhos da Mocidade. Se a nossa música também veio da África, nossas bandeiras, estrelas gêmeas brilharam juntas no coração de nossa gente.

E o calor?

Ah! Esse eu posso garantir que é humano e que, ao som do batuque do samba, não existe mais quente. Se você quiser, é só se unir com a gente que vamos mostrar um reino diferente, bem pra lá de Marrakesh, um lugar com um povo encantado que igual não se tem, que vale mais que um pote de ouro, é o nosso tesouro – nossa gente da Vila Vintém.

Esse papo já tá qualquer coisa… Inshalah!

Lierj define ordem dos desfiles do Carnaval 2017

Ontem, a Lierj definiu a ordem dos desfiles do Carnaval 2017. Na sexta, 24: Acadêmicos do Sossego, Alegria da Zona Sul, Unidos do Viradouro, Império da Tijuca, União do Parque Curicica, Estácio de Sá e Acadêmicos de Santa Cruz.
No sábado, 25: Acadêmicos da Rocinha, Acadêmicos do Cubango, Inocentes de Belford Roxo, Império Serrano, Unidos de Padre Miguel, Renascer de Jacarépagua, Unidos do Porto da Pedra

Arame de Ricardo lança enredo para carnaval 2017

A Arame de Ricardo lançou oficialmente o enredo para 2017.A apresentação aconteceu no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, antiga residência da Família Real Portuguesa nesta semana. Com o enredo “Ora pois… Hoje o Banquete é Real”, o Arame de Ricardo emplaca mais um evento bastante descontraído e totalmente dentro de sua proposta de enredo.
Julio Bombinha, vice-presidente, resume o evento: “O Carnaval tem que ser feito com uma dose de loucura muito bem organizada. Eu acreditei nessa loucura, de lançar o enredo dentro da moradia de D. João VI e toda Família Real, porque confio no comprometimento de toda nossa diretoria e segmentos. Foi um verdadeiro banquete Real e se não tinha a imponência do Rei, tinha nossa Rainha, Luana Estrela, que simplesmente estava deslumbrante.”
Para o carnavalesco da agremiação, Ney Júnior, a escola jamais pensou em chegar a esse momento em que vive:
“Quando tivemos a ideia do enredo, não imaginávamos chegar tão longe assim. Só conseguimos realizar nossas ideias porque temos uma diretoria totalmente atuante e que vibra por cada conquista nossa. Estou até agora eufórico com esse lançamento.
“Foi um evento muito prazeroso, onde tivemos a participação de todos os seguimentos da escola em total harmonia. Essa sinergia é muito importante para superarmos os desafios e elevarmos a cada dia o pavilhão do Arame de Ricardo.” complementa Thiago Gomes, diretor de Carnaval.
Após um ensaio de fotos nas dependências do Museu com direito a Passistas e Rainha de Bateria, a escola se reuniu no auditório do local para se deliciar com um verdadeiro Banquete. Frutas, vinhos, pães e os deliciosos frangos de Dom João VI não foram esquecidos pela diretoria.
O Arame de Ricardo será a 12ª escola a desfilar na terça-feira de carnaval na Intendente Magalhães, no Grupo B pela LIESB.
Sinopse G.R.E.S. Arame de Ricardo
“O DESEMBARQUE”
A consequência da vinda da Família Real Portuguesa para Brasil foi além da ciência, arquitetura e literatura. Herdamos dos portugueses o gosto por um bom prato! Hábitos e gestos todos incorporados ao nosso dia a dia. Antes, a alimentação dos brasileiros era desfavorecida, compostas por mandioca e seus derivados, frutos nativos e carne de caça (prática essa herdada principalmente pelos donos da terra, os nossos índios). Mas quando a Família Real aqui chegou, hum… aí tudo isso mudou!
Começamos em 1808. Com os europeus chegaram o gengibre, a mostarda, a cebola, as frutas cítricas, os bovinos, os caprinos, as aves, o arroz e os perus. Com o desembarque da Família Real para o Brasil, ganhamos também um pouco de “ar europeu”, até as nossas roupas mudaram, assim como o cardápio que começou a sofrer transformações. Os hábitos alimentares da Família Real eram bem peculiares.
COLOCANDO A MESA PARA DOM JOÃO!
Tem comida do Imperador? Ora, pois: tem sim senhor!
Dom João VI consumia em uma única refeição três frangos (chegava a esconder algumas asinhas da suculenta ave, na algibeira da sua casaca) e uma sequência de cinco mangas. Dizia ele que ninguém sabia preparar um frango como seu cozinheiro, Alvarenga (A imagem do rei ficou estigmatizada como um covarde e sem iniciativa. Começou a governar a partir de 1792, em consequência da insanidade mental de sua mãe D. Maria I, e que fugiu para o Brasil tão logo que soube da notícia que as tropas de Napoleão caminhavam em direção a Portugal). Segundo relatos, Dom João VI introduziu ingredientes nacionais na dieta alimentar da família brasileira, especialmente na família dele. É o caso da manga (de Itu) e da goiaba, ainda que parte dos produtos consumidos pela Família Real viessem de fora, como amêndoas, lebres, pistache e chá. Deu até fadiga só de pensar nessa mesa.
NA DESPENSA E NA COZINHA
Dando uma olhada na despensa, descobrimos que Dona Carlota Joaquina não deixava faltar na sua lista de compras litros e litros de cachaça. Essa iguaria encabeça a lista de compras da cozinha do palácio e a maioria destinada ao quarto e a cozinha de Carlota, é claro! Ela gostava de tomar uma boa aguardente misturada com sucos de frutas, pois sofria demais com o calor brasileiro. Humm… sei!
Nas despensas também não podiam faltar os doces, o que explica, porque a aguardente era usada para conservar compotas de frutas. Já Dona Leopoldina quando veio para o Brasil, em 1817, casar com Dom Pedro I, trouxe na bagagem um carregamento de repolhos, salmões salgados, carne de porco e feijão-verde e assim ela enchia a copa do palácio. Já no fogão da cozinha real, quem também mandava era a imperatriz napolitana Teresa Cristina, ela não negava um bom prato de massa e preparava ela mesma o espaguete para sua família, ato comum para as mães de classe média da época.
COZIDO PORTUGUÊS X FEIJÃO
Relatos do pintor francês Jean-Baptiste Debret dão conta que as famílias ricas, costumavam comer cozido português, acompanhado de galinha, arroz e farinha de mandioca. O feijão ainda não aparecia na mesa das elites naquele momento. Mas, sabemos que Dom Pedro I, que não era bobo nem nada, não dispensava um bom prato de arroz com feijão. O consumo de feijão pelas elites inicialmente era velado. O feijão era símbolo da resistência da culinária regional, frente aos novos hábitos europeus. A feijoada surgiu nas senzalas, a partir dos restos de carnes aproveitadas pelos escravos. Mito ou verdade? Vai saber! A elite mudou de roupa, copiando a moda de fora, mas hoje não mudamos uma coisa: o gosto por um bom prato de feijoada!
O BAILE GASTRONÔMICO REAL
Visitando os banquetes da família real, se tem alguém que também contribuiu bastante para a nossa culinária, foi Dom Pedro II, que não era nenhum gourmet, mas ajudou a construir a cozinha tradicional do Brasil, mesmo tendo financiado apenas dois banquetes em todo o seu reinado de 58 anos. Um em 1852 e outro em 1889, justamente o da Ilha Fiscal. Quem nunca ouviu falar dessa festança? O Baile da Ilha Fiscal não apenas marcou o fim de um “regime”, mas foi o ápice da gastronomia imperial e foi um banquete grandioso, diga-se de passagem! A ceia foi um capítulo à parte: seguiam-se pratos de peixe e de caça colocados alternadamente, havia enormes castelos de açúcar, em cujos torreões foram colocados bombons. Um desfile monumental de iguarias. Anota aí… 188 caixas de vinho, 80 caixas de champanhe e 10 mil litros de cerveja, além de licores e destilados. 14 mil sorvetes, 800 quilos de camarão, 64 faisões, 255 cabeças de porco, 500 perus e 20 mil sanduíches. Isso que é ostentação! Ao desembarcar na Ilha Fiscal, os convidados eram recebidos por mulheres vestidas como ninfas. Nas casas à beira-mar, a população da cidade se apertava para espiar um pouco do baile que acontecia no posto de fiscalização de navios. A cidade parou! A elite se esbaldava na festa, enquanto o povo olhava de longe.
O PÃO QUE O DIABO AMASSOU
A chegada da Corte ajudou a melhorar bastante a imagem da cidade. A nova ordem pública urbana fez o que pode para que seus habitantes e seus costumes fossem disciplinados à moda europeia, mas apenas uma pequena parte da população usufruía desses luxos. Caiu a Monarquia e entrou a República. Foi uma mudança profunda, mas que não alterou alguns costumes da grande maioria da população carioca, composta de ex-escravos, trabalhadores assalariados e imigrantes. E o resultado? Ainda tem muita gente comendo “O pão que o diabo amassou”.
Pode vir que o prato está na mesa! E que prato!
Bom Apetite!

Referências:
CASCUDO, Luís da Câmara. A antologia da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2015. 320 p.
CARLOTA Joaquina, Princesa do Brasil. Direção de Carla Camurati. [s.i]: Quanta Central de Produção, 1994. DVD, color.
James. Imperiobrazil.blogspot. Império do Brasil. em 11.05.1010. Disponível em: <http://imperiobrazil.blogspot.com.br/2010/…/dom-joao-vi.html&gt;
LELLIS, Francisco; BOCCATO, André. Os banquetes do imperador. São Paulo (SP): Senac São Paulo, 2013. 447 p.

Carnavalesco: Ney Junior
Enredo: Thiago Gomes, Claudio Rocha e Ney Junior.
Texto: Cláudio Rocha
Foto: Jefferson Braga

Thiago Mendonça é o novo mestre-sala da Imperatriz Leopoldinense. O substituto de Rogerio Dornelles irá defender a verde e branca ao lado de Rafaela Theodoro o título de campeã para o Carnaval 2017.

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